Uma equipe de astrônomos, liderada pelo português Alexandre Correia, acaba de realizar uma descoberta extraordinária no campo da astronomia. Pela primeira vez, foi detectado um planeta extrassolar com uma órbita perpendicular em relação às suas duas “estrelas” hospedeiras. Essa descoberta foi anunciada hoje pelo Observatório Europeu do Sul (OES), e promete revolucionar o nosso conhecimento sobre o universo.
O planeta, chamado HD 106906 b, está localizado a cerca de 336 anos-luz da Terra, na constelação de Crux. Ele possui cerca de 11 vezes a massa de Júpiter e sua órbita é 100 vezes mais distante de suas estrelas do que a distância entre a Terra e o Sol. Isso significa que ele leva cerca de cerca de 15 mil anos para completar uma volta em torno de suas estrelas hospedeiras.
Essa órbita excêntrica e perpendicular é altamente incomum no universo conhecido, já que a maioria dos planetas extrassolares orbitam ao redor de suas estrelas em uma trajetória mais ou menos paralela. A descoberta desse planeta singular desafia as teorias atuais sobre a formação e evolução de sistemas planetários.
Segundo Alexandre Correia, membro da equipe de pesquisa e professor da Universidade do Porto, essa descoberta é um grande avanço para a astronomia. “Nós sabemos que a formação de planetas em órbitas tão excêntricas e inclinadas é rara, mas essa descoberta mostra que é possível. Isso nos dá uma nova perspectiva sobre a diversidade de sistemas planetários”, afirma o astrônomo português.
Para chegar a essa descoberta, a equipe utilizou o instrumento SPHERE, instalado no Very Large Telescope (VLT) do OES, localizado no Deserto do Atacama, no Chile. Esse instrumento utiliza a técnica de imagem direta, que permite fotografar diretamente os objetos celestes e estudá-los em detalhes.
“O SPHERE é um instrumento revolucionário. Ele nos permitiu observar esse planeta em alta resolução, mesmo estando tão distante de suas estrelas. Isso nos dá uma oportunidade única de estudar as características desse planeta e entender melhor como ele se formou”, explica Correia.
Além da órbita peculiar, esse planeta também se destaca por ser extremamente jovem. Acredita-se que ele tenha apenas cerca de 13 milhões de anos, o que é considerado jovem em termos astronômicos. Isso sugere que ele ainda está em processo de formação e evolução, o que torna essa descoberta ainda mais fascinante.
Mas a descoberta desse planeta não é apenas importante para a astronomia, ela também pode ter implicações significativas para a busca por vida extraterrestre. “No futuro, podemos encontrar sistemas planetários semelhantes ao HD 106906 b, com órbitas excêntricas e inclinadas. E quem sabe, essa pode ser uma das condições necessárias para o surgimento de vida em outros planetas”, afirma Correia.
Essa descoberta é mais um exemplo da importância da cooperação internacional em projetos de pesquisa científica. “O OES é uma organização que reúne diversos países e instituições em busca de avanços na astronomia. Essa descoberta é um reflexo do trabalho conjunto de uma equipe internacional, e mais uma vez prova que juntos somos mais fortes”, ressalta o astrônomo português.
Com essa descoberta, a comunidade científica espera aprender mais sobre a formação e evolução dos sistemas planetários, além de abrir novas perspectivas para a busca por vida fora da Terra. E com o constante avanço da tecnologia