A obesidade é um problema de saúde global que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, cerca de 13% da população adulta sofria com a obesidade. Além disso, essa condição é um fator de risco para diversas doenças, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Diante desse cenário, a busca por tratamentos eficazes contra a obesidade é cada vez mais urgente.
Nesse contexto, a farmacêutica Eli Lilly vem desenvolvendo um fármaco promissor para o tratamento da obesidade. O medicamento, chamado de tirzepatida, vem sendo estudado há mais de uma década e ainda aguarda autorização para o seu uso. No entanto, os resultados dos estudos clínicos até o momento são bastante promissores e podem trazer uma nova opção de tratamento para os pacientes com obesidade.
A tirzepatida é uma terapia injetável que atua em dois hormônios que controlam o apetite e o metabolismo: o GLP-1 e o GIP. Esses hormônios são liberados pelo intestino após as refeições e sinalizam para o cérebro que o corpo está saciado. No entanto, em pessoas com obesidade, esses hormônios são menos eficazes, o que leva a uma sensação constante de fome e, consequentemente, ao ganho de peso.
Os estudos clínicos realizados pela Eli Lilly mostraram que a tirzepatida é capaz de reduzir significativamente o peso corporal em pacientes com obesidade. Em um dos estudos, os participantes que receberam a terapia tiveram uma perda média de 14,9% do peso corporal, enquanto aqueles que receberam o placebo tiveram uma perda média de 2,4%. Além disso, a terapia também mostrou melhora nos níveis de açúcar no sangue e na pressão arterial, fatores de risco para doenças cardiovasculares.
No entanto, apesar dos resultados positivos, a tirzepatida ainda aguarda autorização para o seu uso pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos nos Estados Unidos. A farmacêutica Eli Lilly submeteu o pedido de aprovação em outubro de 2020 e desde então vem aguardando a decisão do órgão. A expectativa é que a autorização seja concedida ainda este ano, o que pode trazer uma nova esperança para os pacientes com obesidade.
Além disso, a tirzepatida também está sendo estudada para o tratamento de outras condições relacionadas à obesidade, como a síndrome metabólica e a esteatose hepática não alcoólica. Essas condições estão diretamente ligadas à obesidade e podem trazer complicações graves para a saúde dos pacientes. Portanto, a aprovação da terapia também pode trazer benefícios para esses pacientes.
A Eli Lilly já possui experiência no desenvolvimento de medicamentos para o tratamento da obesidade. A empresa lançou o medicamento liraglutida em 2010, que atua de forma semelhante ao tirzepatida, e é aprovado para o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. No entanto, a tirzepatida apresenta uma vantagem em relação ao liraglutida, pois pode ser administrada apenas uma vez por semana, o que pode trazer mais comodidade e adesão ao tratamento.
É importante ressaltar que a obesidade é uma doença complexa e o tratamento deve ser abordado de forma multifatorial, com mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e prática de atividades físicas, além do uso de medicamentos