No mês de fevereiro, a caderneta de poupança apresentou saques de R$ 8 bilhões, marcando o segundo mês consecutivo de retiradas. Esse resultado, aliado ao saldo negativo do mês anterior, contribuiu para uma retirada líquida de R$ 34,233 bilhões no acumulado do ano. Esses números podem gerar preocupação em muitas pessoas, mas é importante analisar o contexto e entender que essa tendência não deve se manter por muito tempo.
Antes de mais nada, é preciso compreender que a poupança é uma das opções de investimento mais antigas e tradicionais do país. Criada em 1861, ela é conhecida por ser uma aplicação segura e de fácil acesso, principalmente para quem está começando a investir. No entanto, com o passar dos anos, surgiram outras opções de investimento mais rentáveis e com maior diversidade de possibilidades, o que acabou atraindo a atenção dos investidores.
Esse cenário de baixa rentabilidade da poupança se deve principalmente à queda da taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 2% ao ano. Com essa taxa tão baixa, a poupança passou a render apenas 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR), o que a torna pouco atrativa para quem busca rendimentos maiores. Além disso, com a incerteza econômica provocada pela pandemia de Covid-19, muitas pessoas estão preferindo manter seu dinheiro em aplicações de maior liquidez, como a própria poupança, para garantir uma reserva de emergência.
No entanto, é importante ressaltar que a poupança ainda é uma opção de investimento interessante para quem busca segurança e facilidade. Apesar de sua baixa rentabilidade, ela é isenta de Imposto de Renda e possui garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. Além disso, é importante ter em mente que a poupança é indicada para objetivos de curto prazo, como uma viagem ou a compra de um bem de consumo, e não para a formação de uma reserva de longo prazo.
Outro fator que pode ter contribuído para a retirada líquida da poupança nos últimos meses é a pandemia de Covid-19, que impactou diretamente a economia e a renda das famílias. Com a redução do consumo e o aumento do desemprego, muitas pessoas precisaram recorrer às suas reservas financeiras para manter o equilíbrio das contas. No entanto, é importante ressaltar que essa tendência não deve se manter por muito tempo, uma vez que a economia está se recuperando gradualmente e a expectativa é de um aumento do poder de compra da população nos próximos meses.
Além disso, com a melhora do cenário econômico, é esperado um aumento da taxa básica de juros, o que pode tornar a poupança mais atrativa novamente. Vale lembrar que, mesmo com a queda da Selic, a poupança ainda é a opção mais rentável para quem busca aplicações de baixo risco e com liquidez imediata. Além disso, existem outras opções de investimento no mercado, como CDBs, LCIs e LCAs, que podem oferecer rentabilidades maiores e ainda assim manter a segurança do investimento.
Em resumo, a retirada líquida de R$ 34,233 bilhões na poupança no acumulado do ano pode gerar preocupação em alguns investidores, mas é importante analisar o contexto e entender que essa tendência não deve se manter por muito tempo. A poupança ainda é uma opção de investimento interessante para quem busca segurança e facilidade, principalmente para objetivos de curto prazo