Com a recente alta da taxa Selic para 14,25%, muitos brasileiros estão se perguntando se é possível conseguir uma rentabilidade satisfatória na renda fixa, especialmente em um cenário de crise econômica e incertezas políticas. Afinal, como fazer o dinheiro render em meio a tantas turbulências? A resposta pode estar em uma estratégia inteligente de investimentos, que leve em conta tanto ativos isentos quanto não isentos.
Primeiramente, é importante entender a diferença entre esses dois tipos de ativos. Os ativos isentos são aqueles que não são tributados pelo Imposto de Renda (IR), como é o caso da poupança, do Tesouro Direto (para títulos com vencimento superior a 2 anos) e de algumas debêntures incentivadas. Já os ativos não isentos são aqueles que sofrem incidência de IR, como os CDBs, LCIs, LCAs, entre outros.
Com a Selic atual em 14,25%, muitos desses ativos, principalmente os atrelados ao CDI, podem oferecer rendimentos acima de 1% ao mês, o que é bastante atrativo em comparação às opções mais conservadoras, como a poupança, que rende em torno de 0,5% ao mês. No entanto, é preciso estar atento ao fator que pode reduzir significativamente essa rentabilidade: o Imposto de Renda.
Para entender melhor como o IR pode impactar nos rendimentos da renda fixa, vamos analisar um exemplo prático. Suponhamos que você invista R$10.000 em um CDB que paga 120% do CDI, o que corresponde a uma taxa de 14,4% ao ano. Se a aplicação for resgatada em menos de 180 dias, a alíquota do IR será de 22,5%, o que significa que o rendimento líquido será de 0,9% ao mês. Já se o resgate for feito após 720 dias, a alíquota será de 15%, resultando em um rendimento líquido de 1,02% ao mês.
Porém, se o mesmo investimento for feito em um CDB que paga 90% do CDI, com vencimento em 720 dias, o rendimento bruto será de 0,9% ao mês, mas a alíquota do IR será de apenas 15%, o que resultará em um rendimento líquido de 0,76% ao mês. Ou seja, mesmo com uma taxa de juros menor, a incidência de IR faz com que o rendimento líquido seja maior no segundo caso.
Essa diferença fica ainda mais evidente quando comparamos os ativos isentos e não isentos. Suponhamos que você invista R$10.000 em uma LCI que paga 85% do CDI, com vencimento em 2 anos. Nesse caso, o rendimento bruto será de 1,02% ao mês, mas como não há incidência de IR, o rendimento líquido também será de 1,02% ao mês. Já se o mesmo valor for investido em um CDB que paga 100% do CDI, com alíquota de 15%, o rendimento líquido será de apenas 0,85% ao mês.
Isso nos mostra que, mesmo com uma taxa de juros menor, os ativos isentos podem oferecer uma rentabilidade líquida maior, justamente por não sofrerem incidência de IR. No entanto, é preciso levar em consideração outros fatores, como a liquidez e a segurança desses investimentos. Enquanto os ativos isentos, como a poupança e o Tesouro Direto, oferecem maior segurança e liquidez diária, os ativos não isentos, como os CDBs e as