Josep Sole e Coll, que tocou no funeral do Papa Bento XVI e é organista da Basílica de São Pedro desde 2018, junta-se ao maestro Jorge Leiria e à Cameratinha de Torres Vedras, a 17 de fevereiro, para o concerto “Paisagens Musicais de Louvor a Maria”.
À luz das velas, os músicos vão vinterpretar música renascentista e barroca de inspiração mariana, adequada ao tempo da Quaresma, com peças de Perosi, Andrade Nunes e António Cartageno, entre outros compositores.
Trata-se de um de três grandes concertos da programação do VIII Ciclo de Órgão, a ter lugar na Igreja da Misericórdia, cujo órgão histórico, construído em 1773 por Bento Fontanes, é convidado a dialogar com outros instrumentos e outras artes.
O primeiro concerto, intitulado “De Monteverdi a Gershwin”, realiza-se no próximo dia 14 com o organista Daniel Oliveira, também diretor artístico do ciclo, a soprano Patrycja Gabrel, Duncan Fox, no violone, e o grupo Afeto In Trio.
Dedicado à paz, o recital é dedicado ao repertório italiano do primeiro barroco em que as temáticas do “Amor” e “Paz” estão presentes e o dramatismo criado pela fusão entre música e palavra convidam o ouvinte a experiências emotivas, como se lê na apresentação do ciclo.
Entre as composições, vai ser interpretada “Somewhere over the rainbow”, composta por Harold Arlen para o filme de Victor Fleming, de 1939, que vai ser tocada pela primeira vez num órgão histórico de 1773, assim como composições de George Gershwin, numa linha de melodias que percorre quase 400 anos de música.
A 24 de março, o organista António Duarte e a soprano Ana Paula Russo são os protagonistas do “Recital de Órgão e Canto”, uma viagem aos séculos XVII e XVIII que permite revitalizar práticas de acompanhamento entre o instrumento e a voz, seguindo a tradição barroca de baixo contínuo, então praticada nas principais catedrais da Europa.
Vão ser interpretadas composições portuguesas, espanholas, italianas, quer a solo, quer em duo.
A edição deste ano conta como novidade uma sessão de formação para o público, a 16 de março, no Centro de Artes e Criatividade da cidade, por Filipa Marcelino e Carmo.
A sessão alia a música de órgão a uma técnica de relaxamento e vai explorar o “método Feldenkrais”, um processo de aprendizagem, ensinado em sessões individuais ou em grupo, que consiste em aprender com o movimento e com o contacto do próprio corpo.
O ciclo conta também com os habituais miniconcertos ‘à la carte’, de 15 minutos, à hora de almoço, nos dias 04, 11, 18 e 25 de março.
Nestes miniconcertos, o público escolhe o que quer ouvir perante uma carta composta por diversas peças musicais, desde a famosa “Avé Maria”, de Franz Schubert, passando por música de Elton John e até chegar ao mestre do ‘ragtime’, o pianista e compositor Scott Joplin.
Todos os concertos e atividades têm entrada gratuita.
O ciclo é organizado pela Câmara Municipal de Torres Vedras com o apoio da Cultur’Canto- Associação Cultural, Santa Casa da Misericórdia e paróquias de Torres Vedras, no distrito de Lisboa.
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