Alice Vieira, de 80 anos, é a primeira autora portuguesa distinguida por este prémio, que reconhece “a trajetória de escritores ibero-americanos” de literatura infantil e juvenil e que tem um valor monetário de 30.000 dólares, cerca de 28.000 euros.
A escritora foi reconhecida pelo “estilo pessoal que transcende gerações e culturas”, assim como pela “grande qualidade literária e diversidade na sua obra”, justificou a fundação espanhola, que atribui o prémio em colaboração com várias entidades, nomeadamente a Feira do Livro de Guadalajara, no México, onde o galardão lhe deveria ter sido entregue.
Alice Vieira soma mais de 40 anos de carreira literária, que conjugou com o percurso no jornalismo. Apesar de ter escrito e publicado romance e poesia para adultos, foi na literatura para jovens que ganhou maior notoriedade, com títulos como “Rosa, minha irmã Rosa”, “Úrsula, a maior”, “Os olhos de Ana Marta”, “Viagem à roda do meu nome” e “A espada do rei Afonso”.
Em setembro, Alice Vieira disse à agência Lusa que gostou muito de saber que venceu o prémio, que é sempre bom ser reconhecida pelos livros que escreve, mas que, acima de tudo, não dispensa a escrita em imprensa.
Entre outros prémios que recebeu destacam-se o Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil por “Este rei que eu escolhi” (1993), o Grande Prémio Gulbenkian pelo conjunto da obra (1994) o prémio Maria Amália Vaz de Carvalho pelo livro de poemas “Dois corpos tombando na água” (2007).
De acordo com o grupo editorial Leya, Alice Vieira receberá o galardão no salão nobre da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, em Lisboa, com a presença do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e do embaixador de Portugal no México, Manuel Carvalho.
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