“Pretendemos valorizar a língua e cultura mirandesas, no seio deste festival de inverno, que queremos que seja uma referência cultural e musical no país por esta altura do ano”, disse à agência Lusa o presidente da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM), Henrique Granjo, responsável da entidade promotora do evento.
Este festival de inverno é tido, pela organização, como “único”, dado o seu compromisso com as tradições do Planalto Mirandês, no distrito de Bragança e as novas apostas que surgem ano após ano, recebendo algumas centenas de jovens oriundos de todo o país e da vizinha Espanha
“Este é o único festival de inverno no país que tem língua minoritária, o mirandês, nas suas mais diversas atividades, sendo esta uma forma de os mais jovens terem contacto como o nosso idioma secular”, vincou Henrique Granjo.
Pelas ruas da cidade haverá textos e frases em mirandês para um melhor entendimento dos visitantes e para se verificarem diferenças com o português.
A grande novidade para este ano do festival Geada é a iniciativa realizar-se na sua maioria ao ar livre, tendo como cenário as adegas e estabelecimentos do centro histórico da cidade de Miranda do Douro.
A ‘Buolta a las Adegas’ ou a ‘Volta às Adegas’, em língua portuguesa, promete animar os visitantes pelas ruas da cidade quinhentista de Miranda do Douro, encerradas ao trânsito durante os dias do Festival Geada, para dar a conhecer toda animação típica deste burgo raiano.
“Os festivaleiros desde que entram no centro histórico da cidade vão conhecer o património desta histórica localidade, que já foi sede de diocese, e depois apreciar a gastronomia típica dos dias frios de inverno, que vai desde os enchidos à posta mirandesa, ao cordeiro churro mirandês ou à bola doce mirandesa. No campo das adegas que se localizam no casco histórico estão todas abertas para receber os visitantes”, indicou a organização do Geada.
Este festival, promete a organização, estará repleto de animação de rua e atividades culturais, com atuações de bandas como os Quinta do Bill, OMIRI, os mirandeses Pica & Trilha e Urze de Lume, para dar um toque ‘folk’ ao festival.
Ao longo dos dois dias, os participantes terão a possibilidade de conhecer algumas “das mais belas tradições” de inverno do Planalto Mirandês, da dança à volta da fogueira do galo às danças dos pauliteiros e ao som da gaita-de-foles.
Outras das propostas do festival Geada passam pela oportunidade de tocar instrumentos tradicionais, como gaita de foles, caixa e bombo.
O Geada, que vai cumprir a 13.ª edição, tem como lema, em mirandês, ‘Bamos derretir l caraimbelo!’ (‘Vamos derreter o gelo’, em português), e pretende ser uma referência dos festivais de inverno no Norte de Portugal.
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